Gosto do mar, a sua infinita grandeza, de que nunca nos vamos inteirar; mas o rio atraí-me de uma forma especial. O meu rio, claro, é o Douro. Rio que marcha para a sua foz fazendo a memória de grandes escritores/as portugueses ainda maior, rio de bom vinho, boas gentes, paisagens únicas. Conheço sobretudo a parte mais ocidental, mas também já o vi na zona de Lamego e na fronteira com Espanha, onde se torna mais selvagem. No meu corpo, levo verões passados no rio. Ali onde afluentes como o rio Paiva morrem no imenso Douro. Hoje só o vejo quando passo de Gaia para o Porto, de carro, distante, ou numa esplanada ribeirinha; sempre belo.
Gosto de rios, e especialmente este, porque dá matéria à minha melancolia natural. Visitar o rio à noite, numa zona onde as únicas luzes são os pontos dos postes de iluminação de vilas e aldeias na outra margem, ouvindo o seu quase silêncio corrido, vendo as estrelas no céu profundo, um ou outro salto mínimo de um peixe, retempera a alma. E o mergulho, sempre, com aquele sabor quente e de rizoma e de terra lavrada e fresca.
3 comentários:
Bonito! Também gosto muito de rios, mas mais dos que correm ao contrário:)
Fiquei curioso com os rios que correm contra a corrente...
Há 2 em Portugal...é só procurar. A IA responde a tudo se não tiver à mão uma enciclopédia...mas tenha cuidado que ela às vezes mente, no outro dia assinalou uma data errada.
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